nossa
gota d`àgua
Todo organismo na Terra, do mais simples ao mais complexo, é “uma criatura de sede”. Ao ritmo de seus ciclos, cada Ser passa de um estado para outro, atravessa matérias, conecta elementos, eleva plantas, compõe o clima. Cada gota de água doce nasce à vida, seja ela proveniente de águas subterrâneas, pântanos, manguezais, lagoas, lagos, nascentes, rios e córregos. As condições únicas do nosso planeta permitem que a água goteje. É na sua forma líquida que ela tem sido, e continuará a ser, nosso lar primordial.
Mais do que um bem comum, é uma molécula que garante a existência e contém seus próprios direitos políticos e espirituais. Como podemos conceder justiça à poluição das águas sem uma poética da água?
Somos parte da regeneração de seus direitos simbólicos e sagrados! Essa marca d'água é dedicada à umidade da sensibilidade, interpenetrando cada partícula da pele num gotejar que diz: "sua essência está viva".
Ao redor da água, relembramos a origem da vida, para além dos sentidos humanos pré-estabelecidos. Aqui enxergamos através dos Olhos da Terra. Somos gotas retornando para sua fonte.
nossa professora
A Nascente do Rio Tietê está viva a apenas 22 quilômetros do Oceano Atlântico, no município de Salesópolis. Sábia como é, Tietê, não escolhe o caminho mais rápido e avança interior a dentro. Após andar um pouco, começa a se engrossar com dezenas de braços d'água que formam seus primeiros afluentes e só deságua no lago formado pela barragem de Jupiá, no Rio Paraná, na divisa com o estado de Mato Grosso do Sul, alcançando também o Rio da Prata e, enfim, o mar.
Até o século XVIII, rio Tietê era o Anhembi, palavra que se refere a ave Anhuma; "o rio das anhumas". Procuradas pelos caboclos, as anhumas eram abundantes nas margens e representavam medicinas e amuletos. Em 1748, o nome Tietê foi registrado pelos bandeirantes, palavra de origem Tupi das grafias "ti" (água) e "etê" (volumosa, funda, verdadeira), significando: "rio verdadeiro".
Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, Tietê atingiu 207 quilômetros de água imprópria para uso e é nítido o odor e aparência quando cruza a capital econômica, São Paulo. Aparenta ser um rio morto quando está perto da civilização urbana, mas com muita resiliência sua nascente está potável e cristalina.